A Câmara Municipal de Santa Maria da Feira lançou o desafio a todas as IPSS do território para que os seus utentes se juntassem ao Ponto Fogaça. Um projeto comunitário que se dedica, desde a edição passada da Festa das Fogaceiras, a tricotar casaquinhos de lã brancos para as meninas fogaceiras, uniformizando o traje das 250 meninas que integram o cortejo cívico e a procissão no dia 20 de janeiro.
O Centro de Apoio Social de Mozelos, o Centro Social e Paroquial das Caldas de S. Jorge e O Abrigo – Centro de Solidariedade Social de S. João de Ver viram no Ponto Fogaça mais um projeto que agradaria a grande parte das utentes, reavivando as suas memórias, já que a maioria faz tricô desde os seus tempos de meninice.
Por detrás da ideia de envolver as instituições no projeto não estão, naturalmente, apenas os casacos. A Câmara da Feira pretende com esta ação contribuir também para um envelhecimento ativo e saudável, proporcionar novas atividades, amenizando, desta forma, alguns efeitos próprios do processo de envelhecimento, como a apatia e a desmotivação.
Numa visita recente às três instituições para conhecer as novas tricotadeiras, agradecer-lhes o empenho e ouvir simplesmente a história de vida de cada uma, Emídio Sousa, presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira valorizou o projeto e vincou que “o envolvimento destas mulheres numa tradição que a todos os feirenses toca é geradora de mais convívio, de mais partilha, de ativação das dimensões socio-afetivas, motoras e cognitivas destas utentes”.
O número de casacos que as instituições vão entregar para esta edição da Festa das Fogaceiras é o menos relevante; importante é a vontade de participar destas 15 mulheres que, com mais ou menos agilidade nas suas mãos que transportam a história de uma vida, querem deixar a sua marca na tradição.
As 15 tricotadeiras das três IPSS do concelho, juntam-se às cerca de 40 da comunidade que, nesta segunda edição do Ponto Fogaça, continuam, de forma individual, a tricotar casaquinhos quentinhos de lã branca.