Numa demonstração de solidariedade e apoio, o Sindicato do Calçado (SNPIC), em nota publicada no site oficial, expressa a sua preocupação e descontentamento com o recente anúncio de despedimento coletivo na fábrica da Ecco, localizada na freguesia de São João de Ver, Santa Maria da Feira. Esta decisão afetará 54 funcionários, numa medida que a multinacional dinamarquesa justifica pela necessidade de "garantir a sua competitividade e sustentabilidade".
A reestruturação organizacional nos departamentos de Produção e Qualidade foi apontada como justificativa para esta ação. Contudo, Eduardo Couto, do BE de Santa Maria da Feira, critica duramente esta escolha, destacando a contradição de uma empresa que reporta lucros significativos optar por um caminho que afeta negativamente tantos trabalhadores e as suas famílias.
Eduardo Couto apela também ao município para que se envolva ativamente no acompanhamento deste caso, sugerindo a necessidade de se considerarem medidas de apoio de emergência para os trabalhadores afetados .
O SNPIC solidariza-se com todos os trabalhadores e trabalhadoras que enfrentam esta difícil situação e apoia o apelo do BE para que se encontrem soluções justas que protejam os direitos e o bem-estar destes trabalhadores. Juntos, devemos trabalhar para garantir que as práticas empresariais sejam responsáveis e que os trabalhadores não sejam deixados para trás em nome da competitividade .
A multinacional dinamarquesa Ecco, em São João de Ver, vai despedir 54 funcionários, anunciou a direção da empresa, que atribui a medida à necessidade de garantir a sua “competitividade e sustentabilidade”.
Essa unidade industrial, atualmente com cerca de 900 trabalhadores distribuídos por diferentes turnos de laboração, revelou o número concreto de funcionários afetados pela medida, apesar de já lhes ter comunicado no início de março que iria proceder a um despedimento coletivo. Agora, a direção da multinacional diz à agência Lusa que em curso está uma reestruturação organizacional nos departamentos de Produção e Qualidade.
Fundada na cidade dinamarquesa de Bredebro em 1963, a Ecco expandiu entretanto a sua produção não apenas a Portugal, mas também a Eslováquia, China, Indonésia, Vietname e Tailândia. Segundo declaração institucional da própria empresa, entre fábricas de calçado, tanoarias e lojas, a marca está atualmente representada em 60 países.
Segundo a World Footwear, uma plataforma da APICCAPS (Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos, Pele e Sucedâneos), no final de 2022 a Ecco registou uma receita global na ordem dos 1,59 biliões de euros, o que refletia um aumento de 30% face ao ano anterior. O grupo notava, contudo, que esses resultados não eram satisfatórios, uma vez que se situavam “consideravelmente abaixo dos níveis pré-pandémicos”.