A Câmara Municipal de Santa Maria da Feira revelou que será de Carvalho Araújo o projeto de arquitetura para o seu novo edifício, que concentrará num mesmo espaço serviços atualmente dispersos por cerca de 20 imóveis.
A escolha dessa autarquia do distrito de Aveiro foi decidida após um concurso de ideias internacional que recebeu 32 candidaturas e avaliou 24, já que oito concorrentes foram excluídos por não cumprirem requisitos prévios como o que o obrigava à submissão das propostas sob anonimato.
A avaliação dos projetos admitidos coube depois a um júri constituído por um representante da Ordem dos Arquitetos, um delegado da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte e, da parte da câmara municipal, o chefe da Divisão de Projetos, o responsável pelo Departamento de Obras Públicas e o próprio presidente da autarquia, Emídio Sousa.
Em declarações à Lusa, foi esse a garantir: "A proposta vencedora reuniu um largo consenso entre os elementos do júri e foi aprovada por unanimidade, porque efetivamente respeita o que pretendíamos e fá-lo com uma ideia poderosa, estabelecendo uma boa ligação entre o Hospital São Sebastião e o Castelo da Feira, através de um edifício de traça simples, mas com um desenho muito coerente e implantado numa praça cheio de potencial".
Emídio Sousa realça que outro mérito do projeto apresentado pelo gabinete J. M. Carvalho Araújo - Arquitectura e Design, S.A., com sede em Braga, é o facto de propor uma "solução extraordinária" para a diferença de cotas entre as duas frentes do terreno de 21.000 metros quadrados onde ficará localizada a nova câmara -- nomeadamente a Rua Engenheiro Duarte Pacheco, de cota mais elevada, e a Avenida 25 de Abril, de nível mais baixo.
Reconhecendo que o terreno junto ao quartel dos Bombeiros Voluntários da Feira vem há anos sendo utilizado como estacionamento público, o autarca assegura que, mesmo depois de transformado "numa grande praça para acesso a vários serviços municipais", o espaço continuará a proporcionar uma grande oferta de aparcamento, já que o projeto de Carvalho Araújo também cumpre o requisito de prever dois pisos subterrâneos para parque automóvel.
"Se o novo estacionamento vai ser pago ou não, isso é uma questão que só analisaremos mais à frente, mas certo é que quem estacionava ali durante a [recriação histórica] Viagem Medieval, o [festival] Imaginarius ou o [parque temático temporário] Perlim, vai poder continuar a fazê-lo e até com mais lugares disponíveis e melhores condições", diz Emídio Sousa.