O Museu de Santa Maria de Lamas prepara-se para acolher a segunda edição da Noite do Circo, a primeira em dose dupla, em formato de micro festival, projeto que o Município de Santa Maria da Feira ambiciona expandir, contribuindo de forma decisiva para a afirmação do circo contemporâneo em Portugal. Ao longo de dois dias, 15 e 16 de novembro, 13 artistas de quatro países ocupam vários espaços do museu com oito propostas de entrada livre, pensadas para diferentes públicos, três em estreia absoluta.
Acrobacia, estátua viva, malabarismo, dança e mastro chinês são algumas das propostas da Noite do Circo, que terá lugar num palco fascinante, com muito para descobrir, nos dias 15 e 16 de novembro.
Com curadoria de João Paulo Santos, artista circense pioneiro na área do circo contemporâneo em Portugal, a Noite do Circo – projeto integrado na rede internacional La Nuit du Cirque – é uma criação do Cineteatro António Lamoso, no âmbito da programação Fora de Portas, que visa fortalecer o posicionamento do novo circo no panorama nacional, descentralizar a oferta cultural e artística no território e estimular a redescoberta do património arquitetónico através de manifestações artísticas diferenciadoras.
Durante os dois dias de programação, 13 artistas de quatro países (Portugal, França, Suíça e Itália) protagonizam oito apresentações de entrada livre, três em estreia absoluta, uma criação Noite do Circo e uma exposição de arte. Aproveitando as potencialidades dos diferentes espaços do museu, o público é desafiado a seguir um percurso em itinerância, onde os artistas vão coabitar com um notável espólio de arte sacra e cortiça, proporcionando momentos inusitados. As salas mais pequenas serão ocupadas com formatos mais intimistas e os espetáculos de maior dimensão tomam conta de espaços mais amplos e emblemáticos.
A programação abre na sexta-feira, 15 de novembro, às 21h30, com a exposição do Estúdio de Arte, Desenho e Pintura de Santa Maria da Feira, que tem a curadoria do artista plástico Marco Macedo. Segue-se a performance “Statikman”, do galardoado homem-estátua António Santos, que promete surpreender o público com a sua admirável quietude, marcada pela estreia de um figurino construído de raiz com tecido de cortiça que o fará levitar. A noite termina com a performance de mastro chinês “Une Partie de Soi”, da companhia francesa Cie O Último Momento, fundada pelo português João Paulo Santos, artista circense sediado em França há mais de duas décadas.
A tarde sábado, 16 de novembro, será preenchida com espetáculos para famílias, como a performance de malabarismo “BPM” (Beat Per Minute), da companhia francesa POC, agendada para as 16h00, seguida de um momento de acrobacia e contorcionismo – “Abel”, da Cie Del Caravaggio (Itália, Portugal e França) – marcado para as 18h30. Antes, às 17h15, inicia uma conversa temática centrada no tema “Processo de criação em residência – Novo circo em Portugal”, dirigida a profissionais do setor, mas aberta a todos os interessados, com a participação de quatro artistas nacionais e internacionais – Jean Marc Broqua (La Grainerie), Bruno Machado (INAC), Rui Paixão (artista independente, com participações na companhia Cirque du Soleil) e Cláudia Berkeley (Teatro da Discália) – e moderação de João Paulo Santos.
Um dos destaques da programação é a estreia da performance de acrobacia e dança Kairós, da companhia luso-francesa FIKA, vencedora da chamada aberta de circo contemporâneo Noite do Circo, lançada pelo Cineteatro António Lamoso, em parceria com o Centro Cultural de Paredes de Coura, agendada para a noite de sábado. O circuito de apresentações inicia às 21h30, com a reposição da performance “Statikman”, de António Santos, seguida do espetáculo “A última recordação do meu relógio”, de Fernando Torres Barria (Suíça), que cruza o malabarismo com a magia. A programação encerra com uma sessão de DJ Set, protagonizada por Vivax, após a estreia de Kairós.
“É importantíssimo o papel de Santa Maria da Feira como espaço de criação e difusão do circo contemporâneo em Portugal, seja através de projetos consolidados como o festival Imaginarius, seja através da open call Noite do Circo e sobretudo da vontade do Município de dar mais corpo a este projeto”, sublinha o curador João Paulo Santos, que vive em França desde 1999, país onde estudou e fundou a sua companhia circense em 2004.
Fonte/Foto: ACM Feira