Pretende-se que este workshop seja um momento marcante de partilha de conhecimento técnico e de experiências de vida, aberto à comunidade ucraniana local e a todos os públicos interessados na arte e na técnica de manipulação de marionetas Vertep, criada por titereiros ucranianos. A terapia com teatro de bonecos não escapará aos temas a abordar em contexto informal, tal como a atmosfera do feriado do Natal na Ucrânia, uma das mais importantes datas festivas para os ucranianos.
Investigadora, professora e dramaturga, a marionetista Daria Ivanova é também presidente da UNIMA Ucrânia (União internacional da Marioneta). Desde o início do conflito que se mantém ativa na sua área profissional na Alemanha, onde encontrou “um lugar seguro, longe dos perigos da guerra”, assumindo como missão “apoiar os colegas que permanecem na Ucrânia e os que foram forçados a fugir por causa da guerra”, bem como garantir a continuidade do ensino para estudantes de teatro de marionetas em território ucraniano, com recurso a aulas online.
Corria o terceiro mês da guerra na Ucrânia quando Daria Ivanova, já refugiada na Alemanha, foi convidada para um curso de Terapia de Marionetas, uma área do teatro de bonecos que, até então, nunca tinha explorado na prática e na primeira pessoa. “Percebi rapidamente que precisava dessa terapia, não só para o autoaperfeiçoamento profissional, mas também para curar as minhas próprias feridas. Trabalhei com a minha própria experiência traumática de guerra e de refugiada”, confidencia. Para a marionetista, a principal tarefa da terapia com fantoches é criar um espaço seguro e permitir que as emoções saiam de cada um de nós. “O fantoche e um terapeuta farão o resto”, sintetiza.