No centro histórico de Santa Maria da Feira, em plena Rua Direita, moram “pérolas” da história local que importa preservar e partilhar.
É o caso deste folheto dedicado à Festa das Fogaceiras, escrito no início da década de 1970 pelo ilustre feirense Roberto Vaz de Oliveira.
Na altura, crescia a curiosidade de forasteiros e jornalistas em torno da festividade e os materiais promocionais eram coisa rara ou inexistente nos espaços comerciais da então Vila da Feira.
Rogério Portela Almeida, que acabava de assumir a gerência da Confeitaria Castelo, viu-se “obrigado” a pedir a Roberto Vaz de Oliveira que redigisse um “documento simples”, que resumisse a história da secular Festa das Fogaceiras.
O conteúdo foi escrito e impresso há cerca de 55 anos, mas ainda hoje a Confeitaria Castelo preserva alguns dos primeiros exemplares, que não escondem a passagem do tempo e guardam testemunhos valiosos de uma das personalidades mais marcantes da Vila da Feira do século XX.
Ilustre advogado e notário, Roberto Vaz de Oliveira foi presidente da Câmara da Feira entre 1936 e 1944 e governador civil da Guarda entre 1944 e 1947. Publicou vários trabalhos sobre a história de Santa Maria da Feira, que continuam a ser importantes referências bibliográficas dentro e fora de portas. Nasceu em 1899, na Casa das Ribas, perto do Castelo da Feira, e faleceu em 1975.
Aos 86 anos, e eternamente grato, Rogério Almeida tem bem presente na memória o dia em que, juntamente com a sua esposa, Laura Valente, bateu à porta de Roberto Vaz de Oliveira para tentar satisfazer a curiosidade de tantos sobre a Festa das Fogaceiras.
No regresso a casa trouxe um “sim” imediato, que ganharia forma pouco tempo depois, numa gráfica de Espinho, perto da antiga fosforeira, com o inesquecível cheirinho a tinta fresca das primeiras impressões.
Entretanto vieram outros folhetos sobre a festividade. Mas não há amor como o primeiro!
Fonte/Foto: CM Feira